quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

ESTUDO SOBRE A INTERFERÊNCIA DO JUMP TRAINING NA REDUÇÃO DO PERCENTUAL DE GORDURA EM PRATICANTES DE 22 A 47 ANOS

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JULIANA DE OLIVEIRA FERNANDES





ESTUDO SOBRE A INTERFERÊNCIA DO JUMP TRAINING NA REDUÇÃO DO PERCENTUAL DE GORDURA EM PRATICANTES DE 22 A 47 ANOS








CANOAS
2012




JULIANA DE OLIVEIRA FERNANDES
















ESTUDO SOBRE A INTERFERÊNCIA DO JUMP TRAINING NA REDUÇÃO DO PERCENTUAL DE GORDURA EM PRATICANTES DE 22 A 47 ANOS








CANOAS
2012



Juliana de Oliveira Fernandes[1]
  Osvaldo Donizete Siqueira[2]

















                                                                      

* Artigo submetido como requisito para conclusão do curso em Bacharelado em Educação Física na Universidade Luterana do Brasil em 2012.












RESUMO


Há tempo que a procura pelo Jump Training vem ganhando força por ser uma atividade animada, cativante e de significativo gasto calórico. O presente estudo teve como objetivo verificar seus efeitos na composição corporal dos praticantes dessa  modalidade. Participaram deste estudo 11 mulheres de 22 a 47 anos, por um período de 8 semanas em duas academias diferentes da cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Foram feitas avaliações físicas no início e no fim do estudo, onde o protocolo utilizado foi o de Pollock (1984) acompanhado de 6 perguntas. Para análise dos dados foi realizada uma estatística descritiva (média, desvio padrão) e comparativa. As informações foram armazenadas em um banco de dados no programa Microsoft Office Excel 2007. Os resultados demonstraram que houve reduções positivas nas médias, como: o peso corporal que era de 78,3kg, passou para 76,4kg, o índice de gordura era de 34,7% foi para 31,9%, a circunferência de abdômem de 96,7cm diminuiu para 92,0cm, a cintura, de 91,0cm para 88,5cm e o quadril de 108,1cm para 106,1cm. Concluiu-se que o Jump Training auxiliou na redução da composição corporal das praticantes.

Palavras-chave: Mulheres, redução de percentual de gordura, Jump Training, circunferências, atividade aeróbia.


INTRODUÇÃO


Hoje em dia fala-se muito sobre um padrão de saúde e uma boa forma, principalmente entre as mulheres que desejam um corpo bonito e definido porém, o público quer atingir estas metas através de exercícios que os motivem à prática e que traga bons resultados, o mais rápido possível, sem nenhum tipo de malefício, como lesões, por exemplo. Por esse motivo, há um aumento na procura em academias por treinamentos que proporcionem, de forma eficiente, ao aluno, uma redução de percentual de gordura significativa e, dentre esses, encontra-se o Jump Training.
Trata-se de uma aula praticada em grupo ministrada por um Professor de Educação Física. Segundo Pereira (2011), movimentos feitos em cima do mini trampolim proporcionam a redução de impacto e há um elevado gasto calórico. Coforme o mesmo autor, esta atividade também pode ser praticada por todos os tipos de pessoas acima de 14 anos, com raras exceções como, por exemplo, gestantes, pessoas com labirintite não medicadas e pessoas que tenham instabilidade nas articulações do quadril, joelho e tornozelo, isto devido à instabilidade da plataforma. Esta modalidade aeróbia desenvolve exercícios com ênfase em membros inferiores com o auxílio dos membros superiores. Pode ser de forma coreografada ou livre e em ritmo cadenciado com o auxílio de um CD com sequências de músicas com batidas por minuto (BPM) pré-determinadas que variem de 140 a 146 BPM. Ao que se trata de intensidade da aula, a velocidade das batidas da música irá interferir diretamente, pois os movimentos feitos em aula são com base nas BPMs.
O Jump Training traz consigo diversos benefícios, para Schiehll, Melo, Duarte, Fischer e Loss (2007), o Jump melhora o condicionamento cardiorrespiratório e reduz o impacto dos exercícios em relação aos executados no solo diminuindo o risco de lesão por impacto. Acredita-se, também, que esta modalidade reduz o percentual de gordura o que é de relevância pois, em relação à gordura corporal, sabe-se que em elevado acumulo, é extremamente prejudicial à saúde. Para Guedes (1998) citado por Reis (2009), constatou-se que mulheres com excessiva quantidade de gordura na região abdominal, apresentam risco relativo de diabetes 10 vezes maior que as não obesas, com acúmulo de gordura periférica. Além disso, para Macedo e Silva (2009), a gordura situada no tronco e abdome, principalmente intra-abdominal (visceral) promove maior risco para as complicações metabólicas do que o excesso de gordura em outras regiões do corpo. Este é um problema que vem se agravando de acordo com o avanço tecnológico da sociedade. Para Bonifacio, Cesar e Baldissera (2004) o fator predisponente à obesidade é a quantidade reduzida de atividades diárias que demandam esforço físico, fato que está relacionado ao processo de urbanização e desenvolvimento moderno. Bouchard (2003), citado por Reis (2009), considera que os níveis atuais de inatividade física estão relacionados com a popularidade dos eletrodomésticos e as escolhas modernas de comportamentos, tais como a utilização de: computador, automóvel, controle-remoto e vídeo-game.
Para combater este mal se entende que o exercício físico é o melhor aliado para reduzir o excesso de tecido adiposo e obesidade já que a comodidade do dia a dia exige menos esforço físico. Para Ramos (1997), citado por Souza (2003), a atividade física regular, desde que bem orientada, traz ao praticante uma série de benefícios, tais como: melhor estabilidade articular; aumento do colesterol HDL e do hormônio de crescimento; diminuição da frequência cardíaca de repouso e pressão arterial; melhor utilização da insulina; controle da obesidade, diminuição do risco de arterosclerose; facilitação do mecanismo respiratório; diminuição do estresse psicológico, assim como outras melhorias. Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, existe uma forte relação dose-resposta entre o nível de aptidão física e seu efeito protetor, com o risco de adquirir doença diminuindo à medida em que a atividade física aumenta. Segundo Powers, Howley (2000), citado por Silva, Rodrigues e Carvalho (2003), o exercício, de leve a moderado, é uma escolha adequada para o alcance dos objetivos relacionados à saúde e perda de peso.
Porém, a atividade escolhida para a prática deve ser prazerosa e que ofereça bons resultados para que o aluno possa manter uma frequência regular. Para Guedes e Guedes (1998), citado por Lima (2004), quando o objetivo é diminuir o percentual de gordura corporal, intensifica-se o treinamento aeróbio por ser rota metabólica que utiliza os ácidos graxos como principal fonte de energia.  Alguns estudos que vêm sendo feitos dizem que o exercício aeróbio é uma ótima escolha, pois apresenta um efeito bem vantajoso para quem quer perder gordura corporal. O exercício aeróbico utiliza os lipídios como fonte de energia durante o exercício, mas também utiliza carboidratos. A intensidade do exercício determina qual substrato energético será usado em maior quantidade. Para CAMPOS (2000), citado por LIMA (2004), este treinamento é muito bem indicado para alunos iniciantes, pois segundo Rontoyannis (1998), citado por Lima (2004), este tipo de treinamento é aplicado abaixo do limiar anaeróbico evitando-se a produção excessiva de ácido lático, tornando-se adequado para iniciantes em atividades físicas ou para reduzir gordura corporal, proporcionando, assim, ao aluno, se sentir mais à vontade, pois diminui o aparecimento de dores devido ao acúmulo de acido lático.
Para que se atinjam bons resultados, a atividade aeróbia deve ter um determinado número de vezes por semana e um determinado tempo por aula. Para Leitão (2000) e colaboradores, um programa ideal deve ser realizado na maior parte dos dias da semana com durações das sessões variante entre 30 e 90 minutos de forma continua ou não. Já Ribeiro (1995), citado por Lima (2004), sessões de 30 a 40 minutos de duração já são suficientes para que indivíduos adultos melhorem sua condição cardiorrespiratória. Já para MCardle (2003), citado por Reis (2009), o número de sessões semanais de exercício varia de 3 a 4 vezes. Ele acredita que exercitar-se 2 vezes por semana não modifica significativamente o peso e a gordura corporal. Para Leitão (2000) e colaboradores, é recomendada uma intensidade moderada, como 40 a 75% do Vo2 max ou 55 a 85% da frequência cardíaca máxima (FCM), o que corresponde em geral à escala de Borg de 3 a 5 ou de 12 a 13, conforme escala preferida (0-10 ou 6-20, respectivamente). Wilmore, Costil (1998), citado por Lima (2004), acredita que exercícios aeróbios, cuja duração é prolongada com intensidade baixa, moderada ou alta (50 a 85% do VO2 max.), em ritmo cadenciado, desenvolvem a resistência aeróbia.
Para a comprovação dos fatos acima, há alguns estudos falando sobre a redução de percentual de gordura com o auxilio de atividades aeróbias, como o de Falcão (2008), onde se constatou que o exercício aeróbio apresenta influência efetiva na diminuição da gordura corporal e também no ganho de alguns outros benefícios em relação ao bem estar porém, Reis (2009), cita que MCardle (2003), acredita que o exercício feito duas vezes por semana não modifica significativamente o peso e gordura. 
Assim sendo, o presente estudo tem como objetivo, pesquisar a real influência da atividade aeróbia específica de Jump Training na composição corporal em mulheres praticantes da modalidade, em um período de 8 semanas, com frequência de duas vezes por semana, com intensidade moderada e duração de 60 minutos cada aula.


MATERIAL E MÉTODOS


O estudo é de caráter descritivo comparativo e tem por finalidade verificar a redução do percentual de gordura em praticantes de Jump Training de duas academias da cidade de Porto Alegre RS.



Amostra
A amostra foi composta por 11 mulheres com faixas etárias de 22 a 47 anos praticantes de Jump Training. Foram excluídas mulheres que não mantinham uma frequência regular durante período de pesquisa. Só puderam fazer parte do estudo as pessoas que aceitaram e concordaram com os procedimentos que seriam desenvolvidos na pesquisa.


Avaliação antropométrica
Para verificação das medidas antropométricas, conforme Costa (2001), utilizou-se uma balança analógica Camry de 0 a 130 kg para peso corporal, fita métrica de 1,5m fixada na parede para verificação de estatura, adipômetro Cescorf, fita métrica de 1,5m Sanny para verificação de circunferências.


Vestimentas
Conforme Costa (2001) as avaliadas vestiam shorts, top, com pés descalços e após a verificação de peso e altura se posicionavam em cima de um colchonete para a verificação dos outros componentes.


Protocolo para cálculo de % de gordura
Para cálculo de percentual de gordura se utilizou um programa de avaliação física com o protocolo de Pollock (1984), de 5 dobras, quais são as dobras entre parentes.


Perguntas de avaliação
Na hora da avaliação foram feitas 6 perguntas às voluntárias, que responderam de forma escrita.
Nenhuma das voluntárias estava utilizando medicamentos que pudessem interferir no resultado da pesquisa, tais como emagrecedores termogênicos, etc.


Trabalho desenvolvido nas aulas
Material utilizado: 1 CD de 142 a 144  BMP, colchonete e aparelho de som.
Previsão : 8 semanas
Forma de desenvolvimento da aula: contínua
Tempo de duração total de cada aula: 60 minutos.
Parte inicial: 5 min -  Aquecimento e alongamento inicial.
Parte principal: 45 min - Exercícios desenvolvidos na cama elástica (mini trampolim)
Parte localizada: 5 min - Abdominal
Parte final: 5 min - Volta à calma e alongamento final
Esse formato era seguido em ambas às academias.


Procedimentos para a execução do estudo
Em um primeiro momento, foi-se até as academias para explicar aos proprietários como se desenvolveria o estudo. Após foi concedida uma autorização por parte dos responsáveis pelos estabelecimentos. Em um segundo momento, explicou-se aos praticantes de Jump Training como se realizariam os procedimentos do estudo, e cada um dos alunos recebeu uma cópia do que seria feito, a seguir, selecionaram-se os voluntários. Ao final do estudo foi entregue aos alunos uma cópia com os resultados da pesquisa e das duas avaliações, inicial e final (antes e após as  8 semanas).


Tratamento de estatística
Para análise dos dados foi realizada estatística descritiva (média, desvio padrão) e comparativa. Os dados foram armazenados em um banco de dados no programa Microsoft Office Excel 2007.


RESULTADOS E DISCUSSÃO


Foram contatadas 3 turmas de Jump Trainig, formando um total de 11 participantes voluntários. Para cada aluna foram feitas 6 perguntas onde se obtiveram as seguintes respostas: ao que se referia ao tempo de prática da modalidade, 81,81% das alunas responderam que eram iniciantes de 2 semanas e 18,18% disseram ter uma experiência maior com a atividade. A segunda pergunta era sobre quantas vezes elas praticavam o Jump, 81,81% disseram que faziam duas vezes por semana e 18,18% faziam 3 vezes. Já em relação à terceira questão era se elas praticavam mais algum exercício paralelo ao Jump, 77,72% disseram praticar musculação e 27,7% relataram o Jump como seu único treinamento. O quarto questionamento era se elas possuíam alguma lesão, ao que 72,72% disseram que não e 27,7% responderam que sim. A quinta pergunta era sobre o porquê de escolherem o Jump como exercício físico e 81,81% disseram que era porque se tratava de uma atividade que emagrece e por apresentar resultados rápidos e 18,18% por ser uma atividade em grupo e por ser divertida. A última pergunta foi se elas faziam acompanhamento com nutricionista ou endocrinologista e foi constatado que apenas uma aluna fazia.
Com relação a medidas antropométricas nas fases iniciais e após 8 semanas seguem resultados nas tabelas 1,2,3,4 e 5 .

Tabelas 1, 2, 3, 4 e 5 – Valores individuais, média, desvio padrão e diferença das variáveis.
Tabela 1
Alunos
Estatura cm
Peso Inicial Kg
Peso Final Kg
≠ peso em Kg





1
159
81
78
3
2
164
70
68
2
3
156
66
64
2
4
166
90
86,5
3,5
5
162
89
85
4
6
146
84
84
0
7
101
75,5
74
0,5
8
167
84
81
3
9
153
64
62
2
10
159
76
75,5
0,5
11
163
82
82
0





Média
Desvio padrão
154,20
18,67
78,30
8,80
76,4
8,53
1,90
1,43


Na tabela 1 constatou-se que ouve uma redução do peso corporal total em 9 das 11 alunas. A média de peso inicial era de 78,3Kg e após 8 semanas de treinamento passou a ser de 76,4Kg totalizando uma diferença de 1,90kg. O destaque foi para as alunas 1,4 e 8 que foram as que mais diminuíram de peso porém, em duas das participantes não ouve mudança, o que se acredita ser natural, pois estas tiveram alguns problemas durante a pesquisa e faltaram às aulas, o que pode ter interferido no resultado pois, para que se obtenha um bom desempenho, o aluno deverá seguir o princípio da continuidade, segundo Weineck (1986), citado por Junior (2010), as cargas contínuas levam a um aumento continuado da performance esportiva até que seja atingido o limite da performance determinada geneticamente. Quando a continuidade é interrompida ocorre a redução na performance e é proporcional ao tempo gasto para adquiri-la. Além das referidas alunas terem faltado algumas aulas, elas também praticam musculação fazendo treinamento resistido. Segundo Hunter (1998), citado por Lima (2004), o treinamento resistido tem a capacidade de reduzir a gordura corporal e manter ou aumentar a massa muscular, evitando o aumento de peso corporal e melhorando a estética pela maior definição muscular e significativo aumento de força. O que pode explicar o caso dessas duas alunas, pois o tecido muscular é mais denso do que o tecido adiposo. Segundo Coutinho (2006), a massa magra é constituída de 72% de água, 21% de proteína e 7% de minerais dos ossos. Já a massa gorda é constituída de 20% de água e 80% de tecido adiposo. Estas alunas tiveram aumento de tecido muscular e diminuição de tecido adiposo o que se comprova nos dados da tabela 2 onde se constata que as mesmas reduziram o percentual de gordura.

Tabela 2
Alunos
% de gordura inicial
% de gordura final
≠ % de gordura




1
38,58
30,68
7,9
2
32,45
29,62
2,83
3
33,32
28,33
4,99
4
36,54
34,46
2,08
5
34,32
30,95
3,37
6
39,30
36,52
2,78
7
22,34
21,03
1,31
8
34,78
33,41
1,37
9
34,17
32,21
1,96
10
35,72
34,37
1,35
11
40,03
38,8
1,95
Média
Desvio padrão
34,7
4,79
31,9
4,72
2,90
1,98

Na tabela 2, comparando o percentual de gordura inicial e final podemos verificar que todas as alunas tiveram uma redução nessa variável, o que fez a média se alterar de 34,7% para 31,9% obtendo uma diferença total de 2,9 %. Sabe-se que para a eliminação de gordura é necessário queimá-la e o exercício ajuda nesse aspecto. Quanto maior o tempo de duração da atividade e sua intensidade, tanto maior é o gasto calórico. O esforço de longa duração elevará a temperatura do corpo e fará surgir hormônios para mobilizar a energia e aumentar o metabolismo. Quando o exercício parar, existe um período de produção em que o gasto calórico permanece elevado acima dos níveis de repouso (SHAEKEY, 1998), citado por Souza (2003).
Os exercícios aeróbios regulares melhoram a capacidade de o corpo queimar gordura para gerar energia, tanto em descanso quanto durante a atividade, aumentando o número de enzimas envolvidas no metabolismo da gordura. Quanto mais treinado aeróbiamente você estiver, maior percentual de gordura você pode processar em qualquer intensidade de exercício BEAN (1999), citado por LIMA (2004), o que vem a explicar porque todas as alunas na atual pesquisa reduziram o percentual de gordura. Em um estudo feito por Teixeira (2004), que após o treinamento aeróbio de 12 semanas pode se analisar que também ouve diminuição no valor médio da porcentagem de gordura corporal do grupo, verificou-se que em casos particulares em que a porcentagem era alta a queda foi mais significativa.
Mas, dentre todas as praticantes, a que mais se destacou foi a número 1, pois esta é única aluna que faz acompanhamento nutricional com endocrinologista o que pode ter auxiliado na redução da gordura corporal. Há alguns estudos feitos em laboratórios para comprovar qual o melhor método para perda de peso: atividade física ou dieta. Segundo Sharkey (1998), citado por Souza (2003), estes estudos evidenciam os efeitos dos exercícios em relação à conservação de proteínas e a uma menor perda de água em relação à restrição calórica. O mesmo autor relata que nesses estudos percebeu-se que grupos que praticam exercícios alcançaram maior perda de gordura além de outros benefícios, como frequência cardíaca de repouso mais baixa e uma melhora na frequência cardíaca após exercício. Enquanto o grupo que fazia só dieta perdia peso, mas não conservava tecido magro. Com isso concluiu-se que quem quisesse perder peso combinasse a dieta com a prática de exercício para assegurar uma perda maior de gordura e uma conservação e até aumento do tecido magro, pois quando o mesmo é perdido o corpo torna-se menos capaz de queimar calorias SOUZA (2003). Essa pesquisa explica a elevada redução de gordura da aluna 1 do presente estudo.
Tabela 3
Alunos
Abdômem inicial cm
Abdômem final cm
≠ Abdômem cm




1
105,5
100,2
5,3
2
88
78
10
3
92
89
3
4
112,5
102,8
9,7
5
99,5
95
3,5
6
103,5
96
6,5
7
88
85
3
8
94,5
92,5
2
9
90,5
89,3
0,7
10
97,5
93,5
4
11
92
90,3
1,7




Média
Desvio padrão
96,7
7,88
92,0
6,90
4,50
3,10

Na tabela 3 podemos verificar que todas as adeptas reduziram a circunferência abdominal. A média inicial dessa circunferência era de 96,7 e reduziu para 92 totalizando uma diferença de 4,50cm. As alunas 1, 2, 4, 6 e 10 foram as que tiveram maior resultado. Em um estudo similar, feito por Prestes e colaboradores, constatou-se que houve redução de circunferência abdominal de 84 cm para 80 cm. Na tabela 3 do presente estudo, houve destaque para as alunas 2, 4 e 6, que fazem somente a modalidade de Jump Training como atividade física, ou seja, somente atividade aeróbia e não fazem acompanhamento nutricional o que pode ter agido diretamente nos resultados. Segundo Guimarães Neto (2002), citado por Lima (2004), o emagrecimento conseguido através de atividade aeróbia, muitas vezes, só acontece pela desidratação ou canibalização do tecido magro, ou seja, perda de musculatura, que foi utilizada para cobrir as colorias gastas no exercício e que são necessárias ao organismo. Segundo o mesmo autor o percentual de gordura de um praticante de atividade aeróbia apenas, pode até aumentar pois o individuo em atividade aeróbia extrema perde mais músculos que gordura, alterando a proporção de maneira negativa. Além disso, devido à perda de volume muscular, haverá um processo de flacidez visível e inadequado ao objetivo estético do praticante. Esta é uma hipótese que pode ter ocorrido com as alunas em questão.

Tabela 4
Alunos
Cintura inicial cm
Cintura final cm
≠ Cintura cm




1
95
91
4
2
82
80
2
3
83,5
81,2
2,3
4
98
95,2
2,8
5
94
91
3
6
94,5
92
2,5
7
83,5
82
1,5
8
93,5
90,5
3
9
81,5
79,6
1,9
10
90
88,5
1,5
11
105
103
2




Média
Desvio padrão
91,0
7,57
88,5
7,27
2,40
0,75

Ao que se trata de circunferência de cintura podemos analisar na tabela 4 que todas as praticantes reduziram essas medidas fazendo com que a média inicial de 91,0 cm caísse para 88,5 cm totalizando uma diferença de 2,4 cm. Nesta variável se destacaram as alunas 1, 5 e 8 e dentre estas, há que se ressaltar a aluna 1,  que já havia se sobressaído no quesito redução de percentual de gordura na tabela 2. Em um estudo feito por Roca e colaboradores (2008), observou-se que o exercício físico provocou a redução significativa da circunferência da cintura. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) para que uma mulher se mantenha dentro dos padrões de saúde a circunferência de cintura deve ser de até 80 cm, a chance de ter pelo menos um fator de risco coronariano aumenta substancialmente quando uma mulher ultrapassa 88 cm.  Segundo Guedes (1984), citado por Rocha (2008), pessoas com maior acúmulo de gordura na região da cintura (igual ou mais que 88 cm) encontram-se mais vulneráveis em apresentar doenças como hipertensão, doenças coronarianas, diabetes, entre outras. No presente estudo nota-se que apenas as alunas 2 e 9 conseguiram ficar dentro destes critérios. Apesar das outras alunas ainda estarem acima do padrão recomendado observou-se que houve uma evolução da diminuição das circunferências, acredita-se que se houver uma continuidade dos exercícios as chances de alcançarem os padrões recomendados será maior.
Tabela 5
Alunos
Quadril inicial cm
Quadril Final cm
≠ Quadril cm




1
110
108
2
2
99
98
1
3
102,5
99,5
3
4
112,5
111,2
1,3
5
120
115
5
6
112
110
2
7
108
106
8
8
106
105
1
9
101
99
2
10
109,5
108,5
1
11
109
107
2




Média
Desvio padrão
108,1
5,93
106,1
5,40
2,60
2,14


Ao que se trata de circunferências de abdome, cintura e quadril todas as alunas reduziram suas medidas. Porém, notou-se que as reduções de quadril e cintura foram as menos significativas, isso se deve ao fato de que o Jump Training provoca o fortalecimento de membros inferiores e região abdominal, por causa da força que é aplicada contra a plataforma elástica. Em um estudo feito por Leite, Alonso, Anjos, Gonçalves, Padovani e Aragon, foram constatados que o RML abdominal aumentou em 12,9% em praticantes de Jump, isto ocorreu por causa da contração do abdome durante toda aula que funciona como estabilizador em vários movimentos executados e também pelo forte trabalho de flexores do quadril que por sua vez é ativado durante todo o período, da mesma maneira o RML de membros inferiores aumentou 14% devido à exigência contínua dos mesmos. Segundo Flecck e Kraemer (1999), citado por Ferreira (2004), os músculos da mulher não hipertrofiam em excesso. O treinamento de força não aumenta suas medidas de circunferência corporal, isso porque, o tecido muscular é mais denso do que o adiposo, o que significa que um aumento de massa muscular acompanhado por uma diminuição no tecido adiposo resulta em pequena ou nenhuma alteração nas circunferências do corpo. Além destes fatores ao final de 45 minutos de treinamento aeróbio os professores faziam 5 minutos de exercícios abdominais o que se acredita ter colaborado no fortalecimento da musculatura abdominal e interferido na redução de circunferência, pelo fato de que pode ter ocorrido um aumento da musculatura abdominal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após análise dos dados da pesquisa, podemos constatar que, de um modo geral, as respostas obtidas com o treinamento de 8 semanas foram positivas neste grupo de praticantes de Jump Training, apresentando uma diminuição na composição corporal.
Na avaliação do peso corporal total podemos perceber que as alunas tiveram uma perda considerável para o curto período de treinamento, bem como, no percentual de gordura, circunferência de abdome, cintura e quadril. Por isso, podemos verificar que a atividade em questão, mesmo por um curto período e praticado por duas vezes na semana, auxilia na perda de tecido adiposo e diminuição de circunferências e em diferentes níveis de aptidão física o que, em contrapartida, afirmação de MCardle (2003), citado por Reis (2009), diz que o exercício feito duas vezes por semana não modifica significativamente o peso e gordura.
Contudo, conclui-se com o estudo em questão, que o Jump Training apresenta influência positiva na redução de percentual de gordura e de medida corporal, mesmo que se praticado apenas em dois dias na semana com duração de 60 minutos cada aula. Quanto maior o número de vezes em relação à prática, melhores serão os resultados, pois o gasto calórico será maior, porém futuras pesquisas nessa área são necessárias para que se possam conseguir mais informações a respeito da modalidade e beneficiar os praticantes.


REFERÊNCIAS


Bonifacio, N. P. A; César, T. B; Baldissera, V. Benefícios do treinamento aeróbio submáximo sobre a composição corporal e limiar anaeróbio em mulheres com predominância de sobrepeso e obesidade, Alim. Nutr. Araraquara, v. 15, n. 3, p. 227-231, 2004


CESVA- Centro de Ensino Superior de Valença,
http://www.faa.edu.br/ANTROPOMETRIA.swf


Costa, R.F. Composição Corporal Teoria e Pratica da Avaliação, 1º edição, Ed. Manole Ltda, Barueri- SP – Brasil 2001.


Coutinho, M.Composição corporal, ganho de massa magra e perda de gordura – estratégias gerais em treinamento e dieta. Agosto 2006.
www.bodystuff.org/composicaocorporal.doc


Falcão, F. M. P. A influencia da ginástica aeróbica na redução de percentual de gordura em mulheres de 18 a 24 anos, Centro Universitário de Caratinga- UNEC www.unec.edu.br/pos/publicacoes/integra/fabianamartins.pdf, Caratinga/ MG, 2008.


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[1] Graduando da Universidade Luterana do Brasil - ULBRA, Canoas RS
Julianadeoliveira_fe@hotmail.com
[2] Mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, docente da Universidade Luterana do Brasil, Orientador do TCC