JULIANA DE OLIVEIRA FERNANDES
ESTUDO SOBRE A INTERFERÊNCIA DO JUMP
TRAINING NA REDUÇÃO DO PERCENTUAL DE GORDURA EM PRATICANTES DE 22 A 47 ANOS
CANOAS
2012
JULIANA DE OLIVEIRA FERNANDES
ESTUDO SOBRE A INTERFERÊNCIA DO JUMP
TRAINING NA REDUÇÃO DO PERCENTUAL DE GORDURA EM PRATICANTES DE 22 A 47 ANOS
CANOAS
2012
Juliana de Oliveira Fernandes[1]
Osvaldo Donizete
Siqueira[2]
RESUMO
Há tempo que a procura
pelo Jump Training vem ganhando força
por ser uma atividade animada, cativante e de significativo gasto calórico. O presente
estudo teve como objetivo verificar seus efeitos na composição corporal dos
praticantes dessa modalidade.
Participaram deste estudo 11 mulheres de 22 a 47 anos, por um período de 8 semanas em
duas academias diferentes da cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Foram
feitas avaliações físicas no início e no fim do estudo, onde o protocolo
utilizado foi o de Pollock (1984) acompanhado de 6 perguntas. Para análise dos
dados foi realizada uma estatística descritiva (média, desvio padrão) e
comparativa. As informações foram armazenadas em um banco de dados no programa Microsoft Office Excel 2007. Os
resultados demonstraram que houve reduções positivas nas médias, como: o peso
corporal que era de 78,3kg, passou para 76,4kg, o índice de gordura era de
34,7% foi para 31,9%, a circunferência de abdômem de 96,7cm diminuiu para
92,0cm, a cintura, de 91,0cm para 88,5cm e o quadril de 108,1cm para 106,1cm.
Concluiu-se que o Jump Training
auxiliou na redução da composição corporal das praticantes.
Palavras-chave:
Mulheres, redução de
percentual de gordura, Jump Training,
circunferências, atividade aeróbia.
INTRODUÇÃO
Hoje
em dia fala-se muito sobre um padrão de saúde e uma boa forma, principalmente
entre as mulheres que desejam um corpo bonito e definido porém, o público quer
atingir estas metas através de exercícios que os motivem à prática e que traga
bons resultados, o mais rápido possível, sem nenhum tipo de malefício, como
lesões, por exemplo. Por esse motivo, há um aumento na procura em academias por
treinamentos que proporcionem, de forma eficiente, ao aluno, uma redução de percentual
de gordura significativa e, dentre esses, encontra-se o Jump Training.
Trata-se de uma aula praticada em grupo ministrada por um
Professor de Educação Física. Segundo Pereira (2011), movimentos feitos em cima
do mini trampolim proporcionam a redução de impacto e há um elevado gasto
calórico. Coforme o mesmo autor, esta atividade também pode ser praticada por
todos os tipos de pessoas acima de 14 anos, com raras exceções como, por
exemplo, gestantes, pessoas com labirintite não medicadas e pessoas que tenham
instabilidade nas articulações do quadril, joelho e tornozelo, isto devido à
instabilidade da plataforma. Esta modalidade aeróbia desenvolve exercícios com
ênfase em membros inferiores com o auxílio dos membros superiores. Pode ser de
forma coreografada ou livre e em ritmo cadenciado com o auxílio de um CD com
sequências de músicas com batidas por minuto (BPM) pré-determinadas que variem
de 140 a
146 BPM. Ao que se trata de intensidade da aula, a velocidade das batidas da
música irá interferir diretamente, pois os movimentos feitos em aula são com
base nas BPMs.
O
Jump Training traz consigo diversos
benefícios, para Schiehll, Melo, Duarte, Fischer e Loss (2007), o Jump melhora o condicionamento
cardiorrespiratório e reduz o impacto dos exercícios em relação aos executados
no solo diminuindo o risco de lesão por impacto. Acredita-se, também, que esta
modalidade reduz o percentual de gordura o que é de relevância pois, em relação
à gordura corporal, sabe-se que em elevado acumulo, é extremamente prejudicial
à saúde. Para Guedes (1998) citado por Reis (2009), constatou-se que mulheres com excessiva quantidade de gordura na região abdominal,
apresentam risco relativo de diabetes 10 vezes maior que as não obesas, com
acúmulo de gordura periférica. Além disso, para Macedo e Silva (2009), a
gordura situada no tronco e abdome, principalmente intra-abdominal (visceral)
promove maior risco para as complicações metabólicas do que o excesso de
gordura em outras regiões do corpo. Este é um problema que vem se agravando de
acordo com o avanço tecnológico da sociedade. Para Bonifacio, Cesar e
Baldissera (2004) o fator predisponente à obesidade é a quantidade reduzida de
atividades diárias que demandam esforço físico, fato que está relacionado ao
processo de urbanização e desenvolvimento moderno. Bouchard (2003), citado por
Reis (2009), considera que os níveis atuais de inatividade física estão
relacionados com a popularidade dos eletrodomésticos e as escolhas modernas de
comportamentos, tais como a utilização de: computador, automóvel,
controle-remoto e vídeo-game.
Para combater este mal se entende que o exercício físico é o melhor aliado para reduzir o
excesso de tecido adiposo e obesidade já que a comodidade do dia a dia exige
menos esforço físico. Para Ramos (1997), citado por Souza (2003), a atividade
física regular, desde que bem orientada, traz ao praticante uma série de
benefícios, tais como: melhor estabilidade articular; aumento do colesterol HDL
e do hormônio de crescimento; diminuição da frequência cardíaca de repouso e
pressão arterial; melhor utilização da insulina; controle da obesidade,
diminuição do risco de arterosclerose; facilitação do mecanismo respiratório;
diminuição do estresse psicológico, assim como outras melhorias. Segundo a
Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, existe uma forte relação
dose-resposta entre o nível de aptidão física e seu efeito protetor, com o
risco de adquirir doença diminuindo à medida em que a atividade física aumenta.
Segundo Powers, Howley
(2000), citado por Silva, Rodrigues e Carvalho (2003), o exercício, de leve a
moderado, é uma escolha adequada para o alcance dos objetivos relacionados à
saúde e perda de peso.
Porém, a atividade
escolhida para a prática deve ser prazerosa e que ofereça bons resultados para
que o aluno possa manter uma frequência regular. Para Guedes e Guedes (1998),
citado por Lima (2004), quando o objetivo é diminuir o percentual de gordura
corporal, intensifica-se o treinamento aeróbio por ser rota metabólica que
utiliza os ácidos graxos como principal fonte de energia. Alguns estudos que vêm sendo feitos dizem que
o exercício aeróbio é uma ótima escolha, pois apresenta um efeito bem vantajoso
para quem quer perder gordura corporal. O exercício aeróbico utiliza os
lipídios como fonte de energia durante o exercício, mas também utiliza
carboidratos. A intensidade do exercício determina qual substrato energético
será usado em maior quantidade. Para CAMPOS (2000), citado por LIMA (2004),
este treinamento é muito bem indicado para alunos iniciantes, pois segundo
Rontoyannis (1998), citado por Lima (2004), este tipo de treinamento é aplicado
abaixo do limiar anaeróbico evitando-se a produção excessiva de ácido lático,
tornando-se adequado para iniciantes em atividades físicas ou para reduzir
gordura corporal, proporcionando, assim, ao aluno, se sentir mais à vontade,
pois diminui o aparecimento de dores devido ao acúmulo de acido lático.
Para que se atinjam bons
resultados, a atividade aeróbia deve ter um determinado número de vezes por
semana e um determinado tempo por aula. Para Leitão (2000) e colaboradores, um
programa ideal deve ser realizado na maior parte dos dias da semana com durações
das sessões variante entre 30 e 90 minutos de forma continua ou não. Já Ribeiro
(1995), citado por Lima (2004), sessões de 30 a 40 minutos de duração já são suficientes
para que indivíduos adultos melhorem sua condição cardiorrespiratória. Já para
MCardle (2003), citado por Reis (2009), o número de sessões semanais de
exercício varia de 3 a
4 vezes. Ele acredita que exercitar-se 2 vezes por semana não modifica
significativamente o peso e a gordura corporal. Para Leitão (2000) e
colaboradores, é recomendada uma intensidade moderada, como 40 a 75% do Vo2 max
ou 55 a 85% da frequência cardíaca máxima (FCM), o que corresponde em geral à
escala de Borg de 3 a 5 ou de 12 a 13, conforme escala preferida (0-10 ou 6-20,
respectivamente). Wilmore, Costil (1998), citado por Lima (2004), acredita que
exercícios aeróbios, cuja duração é prolongada com intensidade baixa, moderada
ou alta (50 a 85% do VO2 max.), em ritmo cadenciado, desenvolvem a resistência
aeróbia.
Para a comprovação dos
fatos acima, há alguns estudos falando sobre a redução de percentual de gordura
com o auxilio de atividades aeróbias, como o de Falcão (2008), onde se
constatou que o exercício aeróbio apresenta influência efetiva na diminuição da
gordura corporal e também no ganho de alguns outros benefícios em relação ao
bem estar porém, Reis (2009), cita que MCardle (2003), acredita que o exercício
feito duas vezes por semana não modifica significativamente o peso e
gordura.
Assim sendo, o presente
estudo tem como objetivo, pesquisar a real influência da atividade aeróbia
específica de Jump Training na
composição corporal em mulheres praticantes da modalidade, em um período de 8
semanas, com frequência de duas vezes por semana, com intensidade moderada e
duração de 60 minutos cada aula.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo é de caráter descritivo
comparativo e tem por finalidade verificar a redução do percentual de gordura
em praticantes de Jump Training de
duas academias da cidade de Porto Alegre RS.
Amostra
A amostra foi composta por
11 mulheres com faixas etárias de 22 a 47 anos praticantes de Jump Training. Foram excluídas mulheres
que não mantinham uma frequência regular durante período de pesquisa. Só
puderam fazer parte do estudo as pessoas que aceitaram e concordaram com os
procedimentos que seriam desenvolvidos na pesquisa.
Avaliação
antropométrica
Para verificação das
medidas antropométricas, conforme Costa (2001), utilizou-se uma balança
analógica Camry de 0 a 130 kg para peso corporal, fita métrica de 1,5m fixada
na parede para verificação de estatura, adipômetro Cescorf, fita métrica de
1,5m Sanny para verificação de circunferências.
Vestimentas
Conforme Costa (2001) as
avaliadas vestiam shorts, top, com pés descalços e após a verificação de peso e
altura se posicionavam em cima de um colchonete para a verificação dos outros
componentes.
Protocolo
para cálculo de % de gordura
Para cálculo de percentual
de gordura se utilizou um programa de avaliação física com o protocolo de
Pollock (1984), de 5 dobras, quais são as dobras entre parentes.
Perguntas
de avaliação
Na hora da avaliação foram
feitas 6 perguntas às voluntárias, que responderam de forma escrita.
Nenhuma das voluntárias
estava utilizando medicamentos que pudessem interferir no resultado da
pesquisa, tais como emagrecedores termogênicos, etc.
Trabalho
desenvolvido nas aulas
Material utilizado: 1 CD
de 142 a 144 BMP, colchonete e aparelho
de som.
Previsão : 8 semanas
Forma de desenvolvimento
da aula: contínua
Tempo de duração total de
cada aula: 60 minutos.
Parte inicial: 5 min
- Aquecimento e alongamento inicial.
Parte principal: 45 min -
Exercícios desenvolvidos na cama elástica (mini trampolim)
Parte localizada: 5 min - Abdominal
Parte final: 5 min - Volta à calma e
alongamento final
Esse formato era seguido
em ambas às academias.
Procedimentos
para a execução do estudo
Em um primeiro momento,
foi-se até as academias para explicar aos proprietários como se desenvolveria o
estudo. Após foi concedida uma autorização por parte dos responsáveis pelos
estabelecimentos. Em um segundo momento, explicou-se aos praticantes de Jump Training como se realizariam os
procedimentos do estudo, e cada um dos alunos recebeu uma cópia do que seria
feito, a seguir, selecionaram-se os voluntários. Ao final do estudo foi
entregue aos alunos uma cópia com os resultados da pesquisa e das duas
avaliações, inicial e final (antes e após as
8 semanas).
Tratamento
de estatística
Para análise dos dados foi
realizada estatística descritiva (média, desvio padrão) e comparativa. Os dados
foram armazenados em um banco de dados no programa Microsoft Office Excel 2007.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram contatadas 3 turmas
de Jump Trainig, formando um total de
11 participantes voluntários. Para cada aluna foram feitas 6 perguntas onde se
obtiveram as seguintes respostas: ao que se referia ao tempo de prática da
modalidade, 81,81% das alunas responderam que eram iniciantes de 2 semanas e
18,18% disseram ter uma experiência maior com a atividade. A segunda pergunta
era sobre quantas vezes elas praticavam o Jump,
81,81% disseram que faziam duas vezes por semana e 18,18% faziam 3 vezes. Já em
relação à terceira questão era se elas praticavam mais algum exercício paralelo
ao Jump, 77,72% disseram praticar
musculação e 27,7% relataram o Jump
como seu único treinamento. O quarto questionamento era se elas possuíam alguma
lesão, ao que 72,72% disseram que não e 27,7% responderam que sim. A quinta
pergunta era sobre o porquê de escolherem o Jump
como exercício físico e 81,81% disseram que era porque se tratava de uma atividade
que emagrece e por apresentar resultados rápidos e 18,18% por ser uma atividade
em grupo e por ser divertida. A última pergunta foi se elas faziam
acompanhamento com nutricionista ou endocrinologista e foi constatado que
apenas uma aluna fazia.
Com relação a medidas
antropométricas nas fases iniciais e após 8 semanas seguem resultados nas
tabelas 1,2,3,4 e 5 .
Tabelas 1, 2, 3, 4 e 5 – Valores
individuais, média, desvio padrão e diferença das variáveis.
Tabela 1
Alunos
|
Estatura
cm
|
Peso
Inicial Kg
|
Peso
Final Kg
|
≠ peso
em Kg
|
1
|
159
|
81
|
78
|
3
|
2
|
164
|
70
|
68
|
2
|
3
|
156
|
66
|
64
|
2
|
4
|
166
|
90
|
86,5
|
3,5
|
5
|
162
|
89
|
85
|
4
|
6
|
146
|
84
|
84
|
0
|
7
|
101
|
75,5
|
74
|
0,5
|
8
|
167
|
84
|
81
|
3
|
9
|
153
|
64
|
62
|
2
|
10
|
159
|
76
|
75,5
|
0,5
|
11
|
163
|
82
|
82
|
0
|
Média
Desvio padrão
|
154,20
18,67
|
78,30
8,80
|
76,4
8,53
|
1,90
1,43
|
Na tabela 1 constatou-se que ouve uma redução do peso
corporal total em 9 das 11 alunas. A média de peso inicial era de 78,3Kg e após
8 semanas de treinamento passou a ser de 76,4Kg totalizando uma diferença de
1,90kg. O destaque foi para as alunas 1,4 e 8 que foram as que mais diminuíram
de peso porém, em duas das participantes não ouve mudança, o que se acredita
ser natural, pois estas tiveram alguns problemas durante a pesquisa e faltaram
às aulas, o que pode ter interferido no resultado pois, para que se obtenha um
bom desempenho, o aluno deverá seguir o princípio da continuidade, segundo Weineck
(1986), citado por Junior (2010), as cargas contínuas levam a um aumento
continuado da performance esportiva até que seja atingido o limite da
performance determinada geneticamente. Quando a continuidade é interrompida
ocorre a redução na performance e é proporcional ao tempo gasto para
adquiri-la. Além das referidas alunas terem faltado algumas aulas, elas também
praticam musculação fazendo
treinamento resistido. Segundo Hunter (1998), citado por Lima (2004), o
treinamento resistido tem a capacidade de reduzir a gordura corporal e manter
ou aumentar a massa muscular, evitando o aumento de peso corporal e melhorando
a estética pela maior definição muscular e significativo aumento de força. O
que pode explicar o caso dessas duas alunas, pois o tecido muscular é mais
denso do que o tecido adiposo. Segundo Coutinho (2006), a massa magra é
constituída de 72% de água, 21% de proteína e 7% de minerais dos ossos. Já a
massa gorda é constituída de 20% de água e 80% de tecido adiposo. Estas alunas
tiveram aumento de tecido muscular e diminuição de tecido adiposo o que se
comprova nos dados da tabela 2 onde se constata que as mesmas reduziram o percentual
de gordura.
Tabela 2
Alunos
|
% de
gordura inicial
|
% de
gordura final
|
≠ % de
gordura
|
1
|
38,58
|
30,68
|
7,9
|
2
|
32,45
|
29,62
|
2,83
|
3
|
33,32
|
28,33
|
4,99
|
4
|
36,54
|
34,46
|
2,08
|
5
|
34,32
|
30,95
|
3,37
|
6
|
39,30
|
36,52
|
2,78
|
7
|
22,34
|
21,03
|
1,31
|
8
|
34,78
|
33,41
|
1,37
|
9
|
34,17
|
32,21
|
1,96
|
10
|
35,72
|
34,37
|
1,35
|
11
|
40,03
|
38,8
|
1,95
|
Média
Desvio padrão
|
34,7
4,79
|
31,9
4,72
|
2,90
1,98
|
Na
tabela 2, comparando o percentual de gordura inicial e final podemos verificar
que todas as alunas tiveram uma redução nessa variável, o que fez a média se
alterar de 34,7% para 31,9% obtendo uma diferença total de 2,9 %. Sabe-se que
para a eliminação de gordura é necessário queimá-la e o exercício ajuda nesse
aspecto. Quanto maior o tempo de duração da atividade e sua intensidade, tanto
maior é o gasto calórico. O esforço de longa duração elevará a temperatura do
corpo e fará surgir hormônios para mobilizar a energia e aumentar o
metabolismo. Quando o exercício parar, existe um período de produção em que o
gasto calórico permanece elevado acima dos níveis de repouso (SHAEKEY, 1998),
citado por Souza (2003).
Os exercícios aeróbios regulares melhoram a capacidade de
o corpo queimar gordura para gerar energia, tanto em descanso quanto durante a
atividade, aumentando o número de enzimas envolvidas no metabolismo da gordura.
Quanto mais treinado aeróbiamente você estiver, maior percentual de gordura
você pode processar em qualquer intensidade de exercício BEAN (1999), citado
por LIMA (2004), o que vem a explicar porque todas as alunas na atual pesquisa
reduziram o percentual de gordura. Em um estudo feito por Teixeira (2004), que
após o treinamento aeróbio de 12 semanas pode se analisar que também ouve
diminuição no valor médio da porcentagem de gordura corporal do grupo,
verificou-se que em casos particulares em que a porcentagem era alta a queda
foi mais significativa.
Mas,
dentre todas as praticantes, a que mais se destacou foi a número 1, pois esta é
única aluna que faz acompanhamento nutricional com endocrinologista o que pode
ter auxiliado na redução da gordura corporal. Há alguns estudos feitos em
laboratórios para comprovar qual o melhor método para perda de peso: atividade
física ou dieta. Segundo Sharkey (1998), citado por Souza (2003), estes estudos
evidenciam os efeitos dos exercícios em relação à conservação de proteínas e a
uma menor perda de água em relação à restrição calórica. O mesmo autor relata
que nesses estudos percebeu-se que grupos que praticam exercícios alcançaram
maior perda de gordura além de outros benefícios, como frequência cardíaca de
repouso mais baixa e uma melhora na frequência cardíaca após exercício.
Enquanto o grupo que fazia só dieta perdia peso, mas não conservava tecido
magro. Com isso concluiu-se que quem quisesse perder peso combinasse a dieta
com a prática de exercício para assegurar uma perda maior de gordura e uma
conservação e até aumento do tecido magro, pois quando o mesmo é perdido o
corpo torna-se menos capaz de queimar calorias SOUZA (2003). Essa pesquisa
explica a elevada redução de gordura da aluna 1 do presente estudo.
Tabela 3
Alunos
|
Abdômem
inicial cm
|
Abdômem
final cm
|
≠ Abdômem
cm
|
1
|
105,5
|
100,2
|
5,3
|
2
|
88
|
78
|
10
|
3
|
92
|
89
|
3
|
4
|
112,5
|
102,8
|
9,7
|
5
|
99,5
|
95
|
3,5
|
6
|
103,5
|
96
|
6,5
|
7
|
88
|
85
|
3
|
8
|
94,5
|
92,5
|
2
|
9
|
90,5
|
89,3
|
0,7
|
10
|
97,5
|
93,5
|
4
|
11
|
92
|
90,3
|
1,7
|
Média
Desvio padrão
|
96,7
7,88
|
92,0
6,90
|
4,50
3,10
|
Na tabela 3 podemos
verificar que todas as adeptas reduziram a circunferência abdominal. A média
inicial dessa circunferência era de 96,7 e reduziu para 92 totalizando uma
diferença de 4,50cm. As alunas 1, 2, 4, 6 e 10 foram as que tiveram maior
resultado. Em um estudo similar, feito por Prestes e colaboradores,
constatou-se que houve redução de circunferência abdominal de 84 cm para 80 cm.
Na tabela 3 do presente estudo, houve destaque para as alunas 2, 4 e 6, que
fazem somente a modalidade de Jump
Training como atividade física, ou seja, somente atividade aeróbia e não
fazem acompanhamento nutricional o que pode ter agido diretamente nos
resultados. Segundo Guimarães Neto (2002), citado por Lima (2004), o
emagrecimento conseguido através de atividade aeróbia, muitas vezes, só
acontece pela desidratação ou canibalização do tecido magro, ou seja, perda de
musculatura, que foi utilizada para cobrir as colorias gastas no exercício e
que são necessárias ao organismo. Segundo o mesmo autor o percentual de gordura
de um praticante de atividade aeróbia apenas, pode até aumentar pois o
individuo em atividade aeróbia extrema perde mais músculos que gordura,
alterando a proporção de maneira negativa. Além disso, devido à perda de volume
muscular, haverá um processo de flacidez visível e inadequado ao objetivo
estético do praticante. Esta é uma hipótese que pode ter ocorrido com as alunas
em questão.
Tabela 4
Alunos
|
Cintura
inicial cm
|
Cintura
final cm
|
≠
Cintura cm
|
1
|
95
|
91
|
4
|
2
|
82
|
80
|
2
|
3
|
83,5
|
81,2
|
2,3
|
4
|
98
|
95,2
|
2,8
|
5
|
94
|
91
|
3
|
6
|
94,5
|
92
|
2,5
|
7
|
83,5
|
82
|
1,5
|
8
|
93,5
|
90,5
|
3
|
9
|
81,5
|
79,6
|
1,9
|
10
|
90
|
88,5
|
1,5
|
11
|
105
|
103
|
2
|
Média
Desvio padrão
|
91,0
7,57
|
88,5
7,27
|
2,40
0,75
|
Ao que
se trata de circunferência de cintura podemos analisar na tabela 4 que todas as
praticantes reduziram essas medidas fazendo com que a média inicial de 91,0 cm
caísse para 88,5 cm totalizando uma diferença de 2,4 cm. Nesta variável se
destacaram as alunas 1, 5 e 8 e dentre estas, há que se ressaltar a aluna
1, que já havia se sobressaído no
quesito redução de percentual de gordura na tabela 2. Em um estudo feito por
Roca e colaboradores (2008), observou-se que o exercício físico provocou a
redução significativa da circunferência da cintura. Segundo a OMS (Organização
Mundial de Saúde) para que uma mulher se mantenha dentro dos padrões de saúde a
circunferência de cintura deve ser de até 80 cm, a chance de ter pelo menos um
fator de risco coronariano aumenta substancialmente quando uma mulher
ultrapassa 88 cm. Segundo Guedes (1984),
citado por Rocha (2008), pessoas com maior acúmulo de gordura na região da
cintura (igual ou mais que 88 cm) encontram-se mais vulneráveis em apresentar
doenças como hipertensão, doenças coronarianas, diabetes, entre outras. No
presente estudo nota-se que apenas as alunas 2 e 9 conseguiram ficar dentro
destes critérios. Apesar das outras alunas ainda estarem acima do padrão
recomendado observou-se que houve uma evolução da diminuição das circunferências,
acredita-se que se houver uma continuidade dos exercícios as chances de
alcançarem os padrões recomendados será maior.
Tabela 5
Alunos
|
Quadril
inicial cm
|
Quadril
Final cm
|
≠
Quadril cm
|
1
|
110
|
108
|
2
|
2
|
99
|
98
|
1
|
3
|
102,5
|
99,5
|
3
|
4
|
112,5
|
111,2
|
1,3
|
5
|
120
|
115
|
5
|
6
|
112
|
110
|
2
|
7
|
108
|
106
|
8
|
8
|
106
|
105
|
1
|
9
|
101
|
99
|
2
|
10
|
109,5
|
108,5
|
1
|
11
|
109
|
107
|
2
|
Média
Desvio padrão
|
108,1
5,93
|
106,1
5,40
|
2,60
2,14
|
Ao que
se trata de circunferências de abdome, cintura e quadril todas as alunas
reduziram suas medidas. Porém, notou-se que as reduções de quadril e cintura
foram as menos significativas, isso se deve ao fato de que o Jump Training provoca o fortalecimento
de membros inferiores e região abdominal, por causa da força que é aplicada
contra a plataforma elástica. Em um estudo feito por Leite, Alonso, Anjos,
Gonçalves, Padovani e Aragon, foram constatados que o RML abdominal aumentou em
12,9% em praticantes de Jump, isto
ocorreu por causa da contração do abdome durante toda aula que funciona como
estabilizador em vários movimentos executados e também pelo forte trabalho de
flexores do quadril que por sua vez é ativado durante todo o período, da mesma
maneira o RML de membros inferiores aumentou 14% devido à exigência contínua
dos mesmos. Segundo Flecck e Kraemer (1999), citado por Ferreira (2004), os
músculos da mulher não hipertrofiam em excesso. O treinamento de força não
aumenta suas medidas de circunferência corporal, isso porque, o tecido muscular
é mais denso do que o adiposo, o que significa que um aumento de massa muscular
acompanhado por uma diminuição no tecido adiposo resulta em pequena ou nenhuma
alteração nas circunferências do corpo. Além destes fatores ao final de 45 minutos
de treinamento aeróbio os professores faziam 5 minutos de exercícios abdominais
o que se acredita ter colaborado no fortalecimento da musculatura abdominal e
interferido na redução de circunferência, pelo fato de que pode ter ocorrido um
aumento da musculatura abdominal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após análise dos dados da
pesquisa, podemos constatar que, de um modo geral, as respostas obtidas com o
treinamento de 8 semanas foram positivas neste grupo de praticantes de Jump Training, apresentando uma diminuição
na composição corporal.
Na avaliação do peso
corporal total podemos perceber que as alunas tiveram uma perda considerável
para o curto período de treinamento, bem como, no percentual de gordura,
circunferência de abdome, cintura e quadril. Por isso, podemos verificar que a
atividade em questão, mesmo por um curto período e praticado por duas vezes na
semana, auxilia na perda de tecido adiposo e diminuição de circunferências e em
diferentes níveis de aptidão física o que, em contrapartida, afirmação de MCardle
(2003), citado por Reis (2009), diz que o exercício feito duas vezes por semana
não modifica significativamente o peso e gordura.
Contudo, conclui-se com o
estudo em questão, que o Jump Training
apresenta influência positiva na redução de percentual de gordura e de medida
corporal, mesmo que se praticado apenas em dois dias na semana com duração de
60 minutos cada aula. Quanto maior o número de vezes em relação à prática,
melhores serão os resultados, pois o gasto calórico será maior, porém futuras pesquisas
nessa área são necessárias para que se possam conseguir mais informações a
respeito da modalidade e beneficiar os praticantes.
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Julianadeoliveira_fe@hotmail.com
[2]
Mestre pela Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, docente da Universidade Luterana do Brasil, Orientador do
TCC